segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

De A a Z: Taare Zameen Par

 

image Dirigido e Produzido por Aamir Khan

No ano de 2009 o Festival Internacional de Cinema ganhou parte de uma causa, que foi a de trazer os filmes Indianos para o público brasileiro. A vitória se deu no Estado do RJ e a semente foi plantada graças ao interesse de alguns poucos em detrimento do interesses de muitos outros. Graças a uma luta a favor de algo temos em semente a possibilidade do novo.

Não bastasse a luta a favor da mostra indiana, houve também a polêmica com relação à tradução do título Taare Zammen Par.  Para uns “Somos Todos Diferentes”, para outros, “Toda criança é especial”. E há quem diga (eu que sou ignorante no assunto não tomarei partido, por enquanto), “Como estrelas do céu”. Realmente parece que faz mais sentido! Não importa! Importa é saber que alguns brasileiros da área da Educação (pais e professores) tiveram acesso à esta obra singela e profunda, com tanta aspereza e delicadeza ao mesmo tempo, capaz de fazer comover com  nossa estupidez em não perceber o ranço social que permeia nossas ações. Aquele cheiro que mostra que a coisa está pronta para ser jogada fora, mas sem jogar fora a bacia do bebê, rs.

Aamir Khan, além de ser o jovem professor do filme, é também o diretor e produtor do mesmo. Enfim, em todos os sentidos, muito belo!

O filme conta a história de um menino de 8 anos que está com problemas na escola. Vários problemas, aliás, não só com os professores, mas com os colegas e com a família. Tudo ocasionado por uma disfunção denominada dislexia. Por que disfunção? A resposta simples seria, porque não está exercendo a função que deveria. Há algum problema, ainda muito estudado, que faz com que algumas pessoas tenham dificuldades para ler, escrever, interpretar, e portanto, compreender, relaconado a um aspecto da linguagem.

http://www.dislexia.com.br/

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Tudo estaria tranquilo se não houvesse uma completa confusão quando “profissionais” da educação e pais não percebem tal dificuldade.

Crianças são agitadas mesmo, são atrapalhadas mesmo, e como haveria de ser diferente? Estão crescendo, tudo aparece e parece tão mágico, tudo é tão grande, tão longe…assim, para algumas, o aprender se faz com música, para outras, a pela palavras falada, para outras tantas, pelo gesto, e então, pelo desenho, pelo teatro, pelo texto, pela imagem, pelo toque…O cérebro é maravilhoso e necessita ser estimulado sempre, e em todos nós, e é isso que a nossa instrução deveria aguçar. Mas, não…ainda temos os mesmos métodos, os mesmos argumentos, as mesmas metas a cumprir…embora as crianças não pareçam mais as mesmas, agora, têm  direitos pelo menos. Saber distinguir a manha da artmanha é de muita importância, principalmente para garantir uma geração mais tolerante, mais criativa, mais amável.

Esta relação comum entre professor e aluno, educador e educando (como quiserem) é mais profunda e importante do que julgam, atualmente, e este filme mostra bem a diferença entre uma (aquela educação que desacredita o poder desta relação) e outra (aquela que acredita no poder da relação), e o poder desta relação capaz de construir ou destruir qualquer coisa boa que o ser humano tenha para oferecer a si mesmo e aos outros.

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Que tipo de seres humanos queremos ter daqui 2 anos, 10 anos, 20 anos…não é tanto tempo assim, estaremos vivos para ver isso (guisá), e dependeremos, de alguma forma, quando já estivermos senis, de toda a sua gentileza e generosidade. Que homens serão estes? Que mundo estamos criando para daqui 10 anos? Que possibilidades estamos gerando?

Esta é a reflexão proposta por este filme, uma reflexão acerca dos modelos, dos parâmetros que escolhemos para delinear nossas vidas, e de como fazemos isso, às vezes, sem perceber, por “força do hábito”.

Outros filmes tentaram, mas este conseguiu.

Um filme INDICADO PARA TODOS.

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