domingo, 13 de março de 2011

De A a Z: Utopia e Barbárie

Este documentário dirigido por Sílvio Tendler tira o fôlego na hora do debate. Debate no sentido mesmo de luta oral, porque não há como ter diálogo quando o próprio conceito pressupõe a igualdade entre as partes mas as partes não concordam.

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Ora, na discussão política, ou seja, que diz respeito à Pólis, à cidade, ao espaço público e à opinião pública, para  os chamados esquerdistas, ou comunistas e afins, a sociedade deve servir-se comumente dos bens, sejam naturais ou não, o que pressupões igualdade… porém, este lugar onde todos são tratados como iguais significa, para outros tantos, os chamados direitistas ou neoliberais e afins, “utopia”, já que para estes as pessoas não são iguais e almejam coisas diferentes, o que justificaria, por isso, a utilização de meios “bárbaros” para calar o lado adversário, porque lembremos, aí não há diálogo.
Esquerda, direita, pra frente, pra trás, tudo isso não passa de nomenclatura para deixar clara a posição que se toma perante assuntos públicos, vale lembrar. Porém, como é elegida esta nomenclatura? Quem as elegeu?
A proposta de Sílvio Tendler é de uma revisão sobre os eventos políticos e econômicos que, desde a 2ª Guerra Mundial, elevaram o risco do desaparecimento dos sonhos de igualdade, justiça e harmonia  esquerdista.  Trata-se de documentos dos mais variados, depoimentos, imagens e lembranças de pessoas que compartilharam, por algum tempo, ou ainda partilham, a posição sócio –política definida como de esquerda.
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E por que tanto barulho dos chamados de direita frente à este documentário? A chamada história oficial omite estas memórias por quê? Um exemplo: se ouvimos falar sobre a Guerra do Vietnã todos saberemos do que se trata né? Ok, e se ouvirmos sobre a Guerra dos EUA, saberíamos do que se trata? Pois foram os Norte americanos que invadiram o Vietnã e não o contrário, então, por que admitimos e não questionamos esta nomenclatura que invade e se acomoda em nossa memória? Por que os livros didáticos omitem fatos que fazem parte da memória de uma parcela da população e que poderiam, ao serem mencionadas, mudar o modo com que percebemos o mundo em que vivemos? Tal é o caso de um filho adotivo que quer, um belo dia, conhecer seus pais biológicos… Há fatos que mudam o olhar e o caminho das pessoas…
Direita ou Esquerda o fato é que vivemos em uma Democracia e todos tem o direito de falar e expressar memórias e sentimentos…
No documentário há depoimentos de várias figuras interessantes e importantes no meio cultural brasileiro, tais como:
Augusto Boal, Cacá Diegues, Dennys Arcand, Tom Zé, Ferreira Gullar, Zé Celso Martinez, entre outros.
Vale muito ver, afinal, história oficial todo mundo teve na escola, rs.
Indicado a partir dos 15 anos de idade.

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